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ou a autonomia da personalidade
Escafeei-te em todas as aldeias onde consegui parar.
Entrei por ruelas e calçadas à espera de um vislumbre teu.
Parei na porta das tabernas a ver se era de lá que saías.
Entrei em Igrejas e ajoelhei-me à tua espera. Rezei infinitamente só para tentar ouvir a tua voz.
Invadi mercados e feiras e gritei como as apregoadeiras,mas o teu nome,a tua sombra.
Encontrei-te num copo de vinho, numa noite em certa casa,
Traguei-te de um gole e esperei que te instalasses nas vísceras do meu ser. Embebedei-me de ti para te poder destilar nas semanas seguintes.
E aqui estou eu, bêbeda de ti, sedenta de um analgésico que me apague esta dor em ti.
E aqui estou eu, bêbeda de nós,enfrascada na tua ausência, decalcada da realidade.
Esta ressaca que se instala e me consome, curá-la-ei noutro copo de vinho,
tragado de um só gole, diluído neste sangue embriagado. Sangue de ti.
Sangue de vinho