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ou a autonomia da personalidade
Pudesse eu levar-te às costas e fá-lo-ia, com gosto, serenamente.
Pudesse eu abrir-te os olhos e soprar lá para dentro,
limpar-te essas névoas que um dia se hão-de tornar cataratas, velhinho e já sem ver..."És tu...?", "Sim filho, só estou cá eu..."
Pudesse eu aliviar-te essas dores de alma que de tão fortes já formaram marretas, corcunda que estás desta vida.
Difícil dirás,
enquanto fumas à janela,
e eu, que apanho essas cinzas e as lambo para não te engasgares quando caires ao chão,
quando tropeçares nas entorses de tamanha arrogância em que se tornaram os teus atritos, as tuas dúvidas, essa tua tão pequena maneira de ser,
vou ajudar-te a levantar,
quando me cruzar no teu caminho, quando não me apetecer (mais) estatelar-me no chão,
para dormirmos horizontais, olhares nivelados, quando não me apetecer mais nada disso, vou beijar-te, embrulhar-te em alumínio e cozinhar-te fora de mim, para que possas ser descongelado. por alguém, que seja mais forte que tu...